
Praticamente um terço das pessoas com idade entre 25 e 49 anos de idade utiliza medicação não convencional para tratar algum tipo de doença como câncer, doença cardiovascular, diabetes e transtornos emocionais. Mas, ao contrário do que diz o senso comum de que “se não fizer bem, mal não faz”, os remédios naturais podem causar sim problemas sérios.
Um exemplo é o uso da Ginkgo biloba muito utilizada para “melhorar a memória”. A erva tem propriedades anticoagulantes e pode levar a convulsões quando associada a certos medicamentos e aumentar a toxicidade de alguns outros utilizados no tratamento da Aids.
A questão é que três em cada quatro desses pacientes só informam o uso de tais medicamentos se forem questionados pelo médico. Quase metade deles confirma que utilizou o medicamento natural nos 12 meses anteriores à consulta. Em geral, o uso é recomendado fontes diversas, como amigos, familiares ou propagandas aleatórias, e independe de condições socioeconômicas e de escolaridade.
É preciso entender que essas substâncias interagem entre si e com medicamentos tradicionais interferindo na ação deles. O uso de dois ou mais desses produtos pode elevar o risco de complicações em três vezes. Sem contar que as ervas podem ter atuação heterogênea e ter diversas composições distintas.
Uma recente publicação no Journal of Clinical Pharmacology aponta os potenciais problemas, em especial com o uso de Ginkgo biloba, chá-verde e ginseng, populares no Brasil.
A recomendação, portanto, é sempre informar seu médico antes de consumir esses produtos.
Fonte: Jornal O Globo